segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Asian Dub Foundation faz o melhor show internacional do ano na noite de sábado

Resenha para JB OnLine
Arte, telões de altíssima definição, uma bela ambientação e, principalmente, muita música foram os pontos altos do Nokia Trends que, na noite de sábado, deu um ar high tech aos velhos armazéns 5 e 6 do Cais do Porto do Rio de Janeiro.

O festival de mais de dez horas de duração contou com uma praça de alimentação bem servida, porém mal localizada no único corredor de acesso a todos os ambientes, causando grande tumulto nos intervalos das principais atrações. Ao final do show da banda Asian Dub Foundation, um empurra-empurra generalizado quase acabou mal quando uma verdadeira multidão de espectadores tentava sair ou entrar pelo reduzidíssimo acesso principal do espaço Live.

Apesar da proposta de transmissão simultânea do evento de São Paulo, quem chegou cedo para ver os shows paulistas do Coletivo Instituto e de BNegão e os Seletores de Freqüência ficou na saudade e teve que se contentar com a apresentação do Apavoramento Sound System, com participação de Fausto Fawcett.

Em compensação, o espaço Live superou as expectativas em vários momentos. A noite foi aberta pelo DJ Zegon, conhecido por aqui como Zé Gonzáles, por suas participações nos trabalhos de Planet Hemp, Sepultura, O Rappa e Nação Zumbi. O DJ animou os poucos presentes com citações de De La Soul, Beastie Boys e uma ótima versão para "Shout", do Tears for Fears. Money Mark, a segunda atração da noite, tocou gaita, teclado, guitarra, cantou, chamou Mario Caldatto para tocar baixo e, ainda assim, passou pela noite apenas como o tecladista do Beastie Boys. Mark e banda bem que se empenharam com um rock de fácil assimilação, levadas de blues e alguma distorção, mas não esquentou o ainda pequeno público presente.

Zé Gonzáles voltou ao palco com um set de techno e música indiana, preparando o terreno para a atração de última hora. Escalados às vésperas do festival, em substituição a Róisín Murphy, os ingleses do Asian Dub Foundation foram os responsáveis por boa parte do público presente. O show de letras engajadas, acompanhadas de tablas, tambores, dubs, ragga e muito peso, não decepcionou. Com um set list mais voltado para os dois últimos discos, "Enemy of the enemy" e, o recém-lançado no Brasil, "Tank", fizeram uma apresentação arrasadora, interrompida por cerca de cinco minutos após a terceira música, devido a problemas técnicos. Quando voltaram, dedicaram “Round up” a Jean Charles de Menezes, brasileiro morto pela polícia inglesa, e não deram mais sossego ao público. Tocaram clássicas como “New way, new life” e, depois de uma hora e meia de show se despediram com “Fortress Europe”. O público bem que pediu, mas o bis não aconteceu. Efeito colateral de festivais com hora marcada.

A noite continuou com muita música eletrônica, laser e clima de rave até a manhã de domingo. Com apresentação prevista para começar às 8h da manhã, o dj Mau Mau encerrou o evento.

sexta-feira, 23 de setembro de 2005

Fervo Total

O Rio de Janeiro está um fervo só. Mostrando porque muitos ainda o consideram o centro cultural do País, há eventos para todos os (melhores) gostos.

De feira de livros a show de música eletrônica, a cidade maravilhosa não dá margens a reclamações por falta de opção.

Abrindo a lista de eventos com chave de ouro, há o Festival de Cinema do Rio. Este ano, os filmes estarão espalhados por 35 pontos da cidade. Uma verdadeira maratona cinematográfica, com obras de todo o mundo e de todos os estilos. Para conhecer a programação completa, horários e mais detalhes, acesse www.festivaldorio.com.br. No final desta coluna, uma lista com 25 sugestões de filmes para vocês, com comentários.

Hoje, amanhã e domingo, a Primavera dos Livros dá o troco ao monopólio das editoras gigantes que entopem as Bienais. 81 estandes expõem a fina flor da produção literária de 90 pequenas e médias editoras, com descontos de até 40%. As estrelas deste ano são João Ubaldo Ribeiro e o livro de Tirso Sáenz que mostra Che Guevara, não como um guerrilheiro, nem como médico, nem como viajante, mas, desta vez, como ministro. E, no domingo, a música invade o festival literário com as presenças de Chico César, Gabriel o Pensador e Nei Lopes, mostrando que música e literatura andam assim ó!

Einstein (quem diria?) também veio pro Rio. E dará as caras no CCBB em um seminário que comemora os Cem Anos de Relatividade (quarta e quinta-feira, às 18:30h. Grátis.); e na Casa de Ciência da UFRJ, estará no ciclo de palestras para leigos sobre a sua vida e suas teorias (terça-feira, às 18:30h).

Para quem curte moda, hoje, amanhã e domingo, o Fashion Mall abre suas portas para editores de moda que anteciparão as tendências das coleções primavera-verão e darão dicas de como se vestir adequadamente. Desfiles serão intercalados por pocket-shows com Tony Garrido (hummm).

Neste e no próximo final de semana, também acontece o II Festival Latino-Americano de Música Instrumental, no qual artistas de sete países (Argentina, Bolívia, Cuba, Peru, Uruguai, Venezuela e Brasil) se apresentam de graça em 22 apresentações, sendo oito no teatro do SESC Tijuca e quatorze nos jardins do Museu da República, no Catete. http://www.festivallatino.com.br/home.html

E vem mais por aí!!!! O mês de outubro traz para o MAM o Tim Festival (http://www.timfestival.com.br/), com atrações de primeira grandeza como Mundo Livre S.A., De La Soul, Morcheeba, SpokFrevo Orquestra,Television e Elvis Costello.

O mês de novembro, por sua vez, trará o imperdível Claro que é Rock (http://www.claro.com.br/hotsites/claroqerock/hotsite.html). A versão carioca será realizada na Cidade do Rock, só pra ter uma idéia do porte do evento. A promessa de 12 horas de show não é nem um pouco desanimadora quando se tem como atrações, até agora confirmadas, Sonic Youth, Nine Inch Nails, Suicidal Tendencies, The Flaming Lips, Iggy Pop & Stooges e Nação Zumbi.

Preparem os bolsos e o fôlego para tanto show bom.
E vamos todos acender uma vela para os santos padroeiros da Petrobrás, do Sesc/Rio e das cias. de telefonia móvel que estão juntando esse bando de gente boa e trazendo para o Rio. Vida longa e próspera para quem patrocina cultura na terra do Severino, do Jefferson, do Maluf, do Luis Inácio...

APOSTAS PRO FINAL DE SEMANA

• Entra hoje em cartaz peça do genial Marcelo Tas: "A história do Brasil segundo Ernesto Varela"
Centro Cultural Telemar, sexta a domingo, 19:30h. R$ 10

• KAMI: exposição de origamis, no Centro Cultural e Informativo do Consulado Geral do Japão (Av. Presidente Wilson 231, 15º andar). Segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14:30h às 17h. Até 6 de outubro. Grátis.

• EDUCAÇÃO, OLHA!: exposição de desenhos de 64 artistas contemporâneos, jovens, novos e consagrados. Na lateral da casa, um painel será inaugurado. Este painel a cada 4 meses será o espaço de criação para um jovem artista. Sobrado A Gentil Carioca. Horários na programação acima. A exposição fica em cartaz até 15 de outubro. Grátis.

• NAVEGAR É PRECISO é o tema escolhido pelo Museu Internacional de Arte Naif (R.Cosme Velho 561) que apresentará 110 obras do gênero, enfocando o uso da água na navegação, esporte, lazer e na cultura. Até março de 2006. Grátis.

• CASA COR: design, boas idéias e roupas diferentes para a casa. Este ano na R. do Catete 194. Das 12h às 21h. R$ 20 (estudantes e idosos pagam meia!!)

24/09, sábado
• O Nokia Trends leva aos Armazéns 5 e 6 o imperdível ASIAN DUB FOUNDATION e Money Mark entre outras atrações e um telão que mostrará, simultanemente, os shows de São Paulo que terá INSTITUTO e o onipresente BNEGÃO. R$ 90

28/09, quarta-feira
• MUNDO LIVRE S.A., teatro Rival – Projeto Trama Universitário.


FESTIVAL DO RIO – Sugestões

1) Habana Blues, de Benito Zambrano – Música cubana! (Cub)
2) Iberia, de Carlos Saura – Música e dança flamenca. (Esp)
3) Manderlay, com Danny Glover, de Lars Von Trier – Racismo e opressão aos negros americanos. (EUA)
4) La Moustache (O bigode), de Emmanuel Carrere – Afinal, ele tinha ou não um bigode? (Fra)
5) Soy Cuba, de Enrique Pineda – Documentário sobre a revolução comunista. (Cub)
6) The Constant Gardener (O Jardineiro Fiel), de Fernando Meirelles – Além da direção, o filme é uma adaptação do filme de John Le Carré. (Reino Unido+Quênia+Alemanha)
7) La Dignidad de los Nadies (A Dignidade dos Ninguéns), de Fernando Solanas – Um dia a casa cai... (Arg)
8) Onde (Ondas), de Francesco Fei – O amor entre um cego e uma mulher complexada. (Ita)
9) Last Days, de GUS VAN SANT – Inspirado em Kurt Cobain. (EUA)
10) Nenhuma canção de amor (Lars Kraume) – Rock and Roll. (Ale)
11) KordaVision, de Hector Cruz Sandoval – Fotografia cubana de Alberto Dias Korda (Cuba+EUA+México)
12) Weltverbesserungsmassnahmen (Medidas para Melhorar o Mundo), de Jakob Hufner (Ale)
13) All the Invisible Children, de Katia Lund – Crianças pobres não existem só no Brasil! (Ita)
14) Mrs. Henderson Presents, de Stephen Frears. (Ing)
15) Crossing the Bridge: The Sound of Istanbul, de Klaus Maeck – Música!!! (Alemanha)
16) Marock, de Laila Marrakeshi – Juventude e cultura marroquina. Tomara que tenha música!!! (França+Marrocos)
17) Olhar Estrangeiro, de Lucia Murat – Como franceses, suecos e norte-americanos nos vêem. (BRA)
18) Reinas, de Marisa Paredes – Casamentos gays, mães chorosas e muita confusão. (Esp)
19) Die Glücklichsten Menschen der Welt (As Pessoas mais felizes do Mundo) – Dizem que estão na Índia. Será? (Ale)
20) Shaking Hands with the devil (Apertando a Mão do Diabo), de Peter Raymont
21) Crime delicado, de Beto Brant. O diretor justifica a aposta. (Bra)
22) Azarão, de Dagur Kári - Graffiti e Dinamarca. Precisa explicar mais? (Din)
23) Meu encontro com Drew Barrymore, de Brian Herzlinger - Um nerd apaixonado faz de tudo para conhecer a bela atriz. (EUA)
24) Bonecas Russas, de Cédric Klapisch, com Audrey Tautou – Xavier e seus amigos dão continuidade às travessuras de Albergue Espanhol. (França + Inglaterra)
25) Crime Perfecto, de Alex de la Iglesia – (Esp) Vendedora chantageia um colega e o transforma em seu escravo sexual... hum parece bom... ehehehehe

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Moby arrasa o Rio Centro com show na noite de sábado

Nem o frio e nem a chuva tiraram a animação das milhares de pessoas que foram ao longínqüo Rio Centro na noite de sábado. Marcelinho da Lua, acompanhado dos vocais de Angelo B e Mariozinho, subiu ao palco, pontualmente, às 11h da noite. Num set de meia hora, aqueceu a galera tocando de Beastie Boys a Chico Buarque.

O aquecimento foi a deixa pro DJ Patife manter o povo "no sacolejo". Abriu seu set com a singela "Diariamente" e mostrou porque é considerado um dos melhores do mundo. Acompanhado pelo vocal inglês de Cleveland Watkiss, sua versão emocionante para "Overjoy", do Stevie Wonder, fez a chuva parar e a moçada cantar junto. Também fez todo mundo chacoalhar ao som de John Coltrane e quando anunciou a última música viu o público pular como louco como se quisesse aproveitar seus últimos minutos no palco.

15 minutos depois da saída de Patife, o Rio Centro foi invadido por uma onda sonora que, de tão forte, fazia as caixas toráxicas em frente ao palco tossirem fragilizadas pela gravidade do baixo: era a vinheta que abre o último álbum de Moby, Hotel. Foi para promovê-lo que Moby veio ao Brasil, mas o show foi digno de festival: nenhum hit foi esquecido. Focou o repertório nos álbuns Play, 18 e só as melhores faixas de Hotel, as baladas ficaram de fora, provando que os bons artistas sabem exatamente o que seu público quer ouvir.

Em duas horas de show, sugou toda a energia da audiência com versões melhoradas para músicas que já eram perfeitas. "Honey" ganhou o riff de "Whole lotta love", do Led Zeppelin, e "Find my baby" e "South Side", uma roupagem bem mais rock and roll. Moby presenteou o público com uma versão "bossa nova" para "Creep", do Radiohead. "Porcelain" foi devidamente acompanhada pelo público que, aliás, cantava TODAS as músicas. A vocalista inglesa Joan levou "Why does my heart feel so bad" lindamente ora à capela ora acompanhada pela guitarra do Moby apenas, que encerrou nocauteando o público com a seqüência "Body Rock" e "Lift me up".

No bis, a banda teve a oportunidade de mostrar seus dotes individuais. O belo guitarrista Derrik Murph cantou, perfeitamente, "Break on through", mas, pelo jeito desengonçado, não deveria ter largado a guitarra. Lucy Butley, a tecladista, mandou um beat box sexy e transgrediu "Fur Elise", de Beethoven, que mais parecia uma música de cabaré. Bem engraçada! Antes do set de bateria, Moby anunciou a descendência materna carioca do baterista, e encerrou pra valer o show com "Feeling so real".

Moby é uma simpatia, conversava todo o tempo com o público. Logo no início do show, se desculpou por "ser um americano ignorante e não saber falar português" e "por ser um americano ignorante que tem George Bush como presidente". Tirou foto da multidão que o assistia, brincou com a banda, elogiou o público ("todos são tão sexy aqui", dizia enquanto tirava fotos) e a cidade. A distância que separava o Rio Centro de casa não teve a menor importância. O cansaço era grande, mas a alegria de ter assistido a um espetáculo como aquele era muito maior.

Aê, Moby: thanx thanx thanx.

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Banana d’água em rodízio de pizza

Ela bate a porta do carro. O tailleur cinza ainda está impecável às 22:45h da noite. Mesmo depois de um exaustivo dia na companhia. Muitas reuniões e decisões. Solta os longos cabelos loiros e tira os sapatos de saltos finíssimos que realçam ainda mais os 60 quilos distribuídos por seus quase 1,80m.


É assim que o mundo vende a imagem da mulher do século XXI. Impecável, alta, loira e em cima do salto. Executiva de uma multinacional.

Porém, não há multinacionais em número suficiente para a quantidade de mulheres no mercado de trabalho. Além disso, nossa raça de nanicos, só há poucos anos, têm conseguido vencer a subnutrição e exportar top models, em sua maioria, muito mais parecidas com as européias do que com o padrão do mulherio brasileiro.

Na vida real, a mulher (quando tem uma porta de carro para bater) entra em casa, depois de uma longa jornada, e se depara com os filhos muitas vezes já dormindo. Ela compra presentes para eles a fim de se sentir menos culpada por ter que abandoná-los todos os dias, mesmo sabendo que todo o esforço é por eles.

Já não consegue mais ser tão vaidosa. Sapato alto só para dia de festa. E, se consegue a proeza de medir mais de 1,75m, tendo apenas os 60 quilos citados acima, com certeza, fecha a porta do banheiro e enfia o dedo na goela para se livrar dos excessos cometidos no churrasco do final de semana. Porque ela tem que ser magra, alta, loira, como a moça da propaganda.

Em um mundo globalizado, em que não sabemos mais se devemos preservar nossas raízes ou misturar o que há de bom nas diversas culturas as quais passamos a ter acesso, não é de se admirar que não saibamos mais quem somos ou o que queremos ser.

“Um homem que não tem pensamentos individuais é um homem que não pensa.” - Oscar Wilde

Se ontem o “cabeça feita” era aquele que tinha e formava sua própria opinião, hoje surge a figura do criador de tendências como criador de identidades, expostas em verdadeiros supermercados de estilos e atitudes, prontos para o consumo.

A Mídia disfarçada de Moda é quem dita as regras não só para o que vestir, mas que máscara usar. Grifes, marcas e estilos fabricados chamam para si a (ir)responsabilidade de traduzir a identidade e a linguagem das pessoas. Nesse samba do crioulo doido, estilistas, modelos e celebridades passaram a ser cultuados e transformados em referências de comportamento e consumo e até o alternativo virou um estilo.

Assim, a roupa, que servia como uma ferramenta para as pessoas se cobrirem e protegerem do meio ambiente – e só para os mais estilosos, um veículo para exporem suas idéias e suas personalidades –, virou um crachá que identifica sua tribo, classe social, seu ídolo ou ideologia; ou peça de uma engrenagem que trabalha dia e noite para a banalização de conceitos, que nem se restringem mais aos padrões de beleza, mas também ao comportamento e, principalmente, à posição do indivíduo na sociedade. Afinal, segundo BERNARDO JABLONSKI (Doutor em Psicologia Social/ FGV): “Queremos ser iguais, mas com fama de diferentes. E queremos ser diferentes, mas com ar de que somos iguais (nem melhores, nem piores) a todos os outros.”

O lado mais triste da história vem à tona quando a mídia consegue vender uma imagem idealizada e impossível de ser alcançada. Exibir adolescentes divulgando coleções para mulheres adultas, além de cruel, tem gerado dois problemas de saúde pública em vários países: a obsessão pela magreza e, em contrapartida, a caracterização da obesidade como uma epidemia.

E como não se poderia deixar de lucrar com isso, nunca foi tão grande a oferta de produtos industrializados altamente calóricos, considerados “engordativos”, ao mesmo tempo em que se fortalece uma verdadeira indústria do emagrecimento.

“Emagrecer virou moda. Uma moda que se impôs com tal vigor que até as pessoas magras – sentindo-se por fora – estão tratando de engordar para poderem fazer também sua dietazinha.” – Carlos Eduardo Novaes

Na total inversão de valores que testemunhamos todos os dias, notamos que não é mais a roupa que serve o corpo e, sim, o corpo é que se adapta à roupa.

O escritor CARLOS EDUARDO NOVAES, presenciou o surgimento de uma verdadeira literatura especializada em emagrecimento e comenta com bom humor: “Coma e emagreça, Emagreça sem comer, Calorias não engordam, Proteínas não engordam, Dieta e bem estar, numa sucessão interminável de fórmulas mágicas que já nos permitem esperar para qualquer momento algum livro chamado Emagreça sem perder peso.”

Em sua crônica A fome no prato fundo, o próprio autor ensina a sua formulazinha de emagrecimento: “A maneira mais adequada de queimar calorias é botá-las no fogo. Pegue um bife de panela que tem 175 calorias (sem a panela, é claro), 50 gramas de mortadela (170 calorias), uma Coca-cola (140 calorias) e de sobremesa um abacate médio (185 calorias). Junte tudo e leve ao fogo. Você terá queimado exatamente 720 calorias.”

Mas, no vale tudo para perder os indesejados excessos, a melhor receita de todas (e que já virou uma lenda entre um seleto grupo de ex-alunos do Cefet!!!) é a dieta da banana d’água em rodízio de pizza. Reza a tal lenda que a melhor maneira de desgastar vários pedaços de pizza ingeridos (e mal digeridos) é mandar pra dentro uma banana d’água – se possível inteira. Dizem os já iniciados que é tiro e queda.

E, para evitar que até essa coluna acabe em pizza (depois de ter começado de maneira tão séria), dou a palavra a Gerald Thomas, que a exemplo de Fred 04 (líder da banda Mundo Livre S.A.), também tem tentado entender as mulheres:

“Homem é uma bomba d’água que quer gozar. Se você fizer um buraco numa árvore, ele mete o pau e pronto. Na cabeça do homem, a mulher tem que ter aquele salto alto, tem que ser linda. Isso criou uma anomalia no mundo e as mulheres aderiram a essa loucura. Por isso os salões de beleza, cabelo, sapatos, peles, corpos esculpidos. Pra que isso? Pra satisfazer o homem?”*


Trilha sonora sugerida:
• "Tentando entender as mulheres" – Mundo Livre S.A.
• "Woman is the nigger of the world" – John Lennon
• "End of a century" - Blur

Leitura sugerida:
• *Entrevista concedida à revista TPM de julho/ 2005
• Livro O caos nosso de cada dia, de Carlos Eduardo Novaes/ Editora Nórdica.
Livro de Aforismos de Oscar Wilde. Tradução de M. Fondelli/ Clássicos Econômicos Newton.
• Livro Diário de um magro, Mario Prata/ Editora Globo.

Agradecimentos: Leandro Costa e Du Carmo Vido

Idade do condor

Há algumas semanas, ouvi o locutor do meu programa de rádio preferido na Internet, o Vitrola Invisível, falar mal da atual fase dos Red Hot Chili Peppers. Engoli seco. Passou. Dias depois, almoçando com os camaradas do trampo, reparei no olhar de espanto quando disse que ainda gosto muito dos Pimentões.

Ontem, vários milagres aconteceram. Consegui sentar no sofá por mais de quinze minutos para ver tv. Coloquei na MTV e ela estava passando clipes! (Esse é o maior dos milagres!) Um dos clipes legais que tive a felicidade de ver foi de quem? RED HOT (para os íntimos).

Parei pra pensar. (Quando dá tempo, eu faço isso!) Nos áureos tempos da banda, eles eram bem mais divertidos. Misturavam como ninguém funk com rock. Era impossível não abrir os braços e ficar girando como o vocalista ao ouvir a versão que fizeram para a "Higher Ground", de Steve Wonder.

Mas os caras ficaram velhos. Já não pulam como antes. E a música perdeu o gás. É verdade. Concordo com tudo isso. Mas se o tempo leva a vitalidade, a prática traz a perfeição, e os caras, apesar de mais pops, estão tocando muito. As músicas tocam no rádio e grudam na mente como um chiclete, mas graças a Deus que são os CHILI PEPPERS e não 50Cent ou a Ivete Sangalo. Que bom que eles estão aí ainda para falar de sexo e de mulheres com a sensualidade apimentada que só eles têm (quem mais apareceria só de meias, colocadas em outro lugar que não os pés..., sem parecer ridículo ou vulgar, e sim engraçado!), sem apelação. Pra falar de tristeza também, porque todo mundo que cresce fica triste às vezes.

Com exceção dos shows da Nação Zumbi, já não aguento mais pular a noite inteira. Acho que cresci com eles. Deve ser a tal da PVC... A Porcaria da Velhice Chegando...
(Ó! Tão vendo? Nem coloquei palavrão na sigla... tô ficando velha mesmo!)

Em tempo: Vamos colocar o dedo médio em riste e dar um “não rotundo” pra quem quer acabar com a música de graça na Lagoa. A burguesia fede mesmo!!!!!!!!!!

16/09, sexta-feira
• PATO FU lança novo álbum "Toda cura para todo mal", no Circo Voador, R$ 20
• A PLANO B (loja descolada de discos na Francisco Muratori, Lapa) plantou a semente e anuncia a Primeira Mostra de Música Não-Convencional da Cidade do Rio de Janeiro, com shows de Tonguemische, Muwei, Frithlang, FST e projeções de Jodele (aka azOia) e Claudio Monjope. A mostra vai rolar no Espaço Cultural Constituição (R. da Constituição 34 - Centro – tel.: 2242-3102), a partir das 21h. R$ 5
• Maurício Valladares leva a festa RONCA RONCA ao Teatro Odisséia e brinda os presentes com show do B NEGÃO e banda. R$ 20 (com desconto de R$ 5, até meia-noite)
• CLUB LONDON BURNING: Wilson Power e Edinho colocam rock na pista. Até meia-noite: R$ 5
• ZÉLIA DUNCAN se apresenta de graça na Pr. XV, às 18:30h.

17/09, sábado
• Exposição EDUCAÇÃO, OLHA!: desenhos de 64 artistas, no sobrado A Gentil Carioca (R. Gonçalves Ledo 17, Centro), às 15h, com palestra de Hermano Viana (17h). De terça a sexta, das 12h às 19h; sábado, das 12h às 17h. Mais detalhes no final da coluna. Grátis
• MOBY no Rio Centro. R$ 100 (aff!)
• JORGE BEN, na Fundição Progresso. R$ 60 (ahahahahahahahahahahahahahahaha)

18/09, domingo
• Skate, Hip Hop, shows, acrobacia... recheiam a tarde de DOMINGO, NO CIRCO Voador. Das 10h às 18h R$ 3
• Casa Cor: design, boas idéias e roupas diferentes para a casa. Destaque para a cozinha de BETH LIMA (aquela mesma que falava da moda londrina no antigo jornal Hoje de sábado!) Este ano na R. do Catete 194. Das 12h às 21h. R$ 20 (estudantes e idosos pagam meia!!)
• ROCK NA AREIA apresenta Djangos e outras bandas, às 15h, no Posto 10 do Recreio.

20/09, terça-feira
• Filho dos integrantes do Quarteto em Cy e do MPB4, CHICO FARIA canta CHICO BUARQUE, que promente dar uma canjinha, no Rival. R$ 30 (ou R$ 15 para os 200 primeiros).
• O Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ aprensenta o filme SUPER SIZE ME, através do Ciclo de Cinema, Cultura e Identidade, no Palácio Universit. da Praia Vermelha (Tel.: 2295-1595). Grátis

24/09, sábado
• O Nokia Trends leva aos Armazéns 5 e 6 MONEY MARK entre outras atrações e um telão que mostrará, simultanemente, os shows de São Paulo que terá INSTITUTO e o onipresente BNEGÃO. R$ 90

28/09, quarta-feira
• MUNDO LIVRE S.A., teatro Rival – Projeto Trama Universitário.

APOSTAS

AVIÕES E ARRANHACÉUS: Teatro, imagens, memórias, sons e torres gêmeas...
Centro Cultural Telemar, sexta a domingo, 19:30h. R$ 10

ESSE MONTE DE MULHER PALHAÇA: Reunião de brasileiras e gringas num festival de humor. Espaço Sesc. Programação completa: www.sescrj.com.br

KAMI: exposição de origamis, no Centro Cultural e Informativo do Consulado Geral do Japão (Av. Presidente Wilson 231, 15º andar). Segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14:30h às 17h. Até 6 de outubro. Grátis.

EDUCAÇÃO, OLHA!: exposição de desenhos de 64 artistas contemporâneos, jovens, novos e consagrados. Na lateral da casa, um painel será inaugurado. Este painel a cada 4 meses será o espaço de criação para um jovem artista. Sobrado A Gentil Carioca. Horários na programação acima. A exposição fica em cartaz até 15 de outubro. Grátis.

NAVEGAR É PRECISO é o tema escolhido pelo Museu Internacional de Arte Naif (R.Cosme Velho 561) que apresentará 110 obras do gênero, enfocando o uso da água na navegação, esporte, lazer e na cultura. Até março de 2006. Grátis.

Ufa!!! Tem como ficar em casa no final de semana? Divirtam-se.

sexta-feira, 2 de setembro de 2005

A Literatura discute a relação

Assombrada com a quantidade de publicações que se propõem a discutir o papel da mulher na sociedade contemporânea, seja em forma de revistas ou livros, que pipocam dia após dia nas livrarias e bancas, decidi dar uma espiada em algumas delas e investigar a razão para tanto tititi.

A maioria não consegue fugir do trivial: moda, dieta, beleza, relacionamento... e deixam escapar uma grande oportunidade de contribuir de maneira útil para a conscientização da mulher sobre o papel que deveria assumir na sociedade.


Algumas, contudo, surpreendem tanto por tratarem de assuntos diferentes quanto por falarem das mesmas coisas, oferecendo uma nova visão e refletindo sobre a relevância de tudo isso na vida de mulheres e homens modernos.

Fazendo um apanhado do que foi lido nos últimos meses e nas duas últimas décadas, apresento a vocês uma série de duas crônicas inspiradas em pessoas engraçadas e/ou conscientes – escritores, filósofos, artistas, jornalistas, psicólogos, nutricionistas – que, a partir de suas áreas, mostram como influenciamos e somos influenciados pelo meio em que vivemos.

A primeira crônica trata da tal necessidade de discutir o relacionamento homem-mulher (quando, na verdade, os atores dessa triste cena poderiam estar aproveitando o tempo de forma mais agradável) e as diferenças entre os dois sexos na literatura. A segunda discute a influência da mídia e da moda na personalidade do mulherio. Então, vamos à primeira parte!




A LITERATURA DISCUTE A RELAÇÃO

É difícil até dizer que existe conteúdo para mulher. Não somos um gueto, uma classe. Somos apenas mulheres, po@@a.” Letícia Muhana - Sra. GNT





Há controvérsia! Apesar de ser cada vez maior, o número de mulheres que se interessam – e discutem! – por política e futebol, muitas pessoas acreditam que lugar de mulher ainda é na cozinha. Outro dia, me surpreendi com uma dama que proferiu a pérola: “Deve ser mulher!”, referindo-se a um motorista que não pensou duas vezes antes de buzinar ao levar uma fechada. E ainda arrematou: “Mulher adora uma buzina...” Obviamente, o motorista irritado era homem (caso contrário, não faria sentido contar essa historinha aqui).

Atitudes como essa são apenas um reflexo de uma idéia milenar incutida em cabeças pouco pensantes que ainda insistem em dividir homens e mulheres como terráqueos e extraterrenos, respectivamente. Azul e verde são diferentes e nem por isso há qualquer preconceito contra esta ou aquela cor. O mesmo não acontece entre homens e mulheres. Estas ganham menos que aqueles apesar de, na maioria das vezes, exercerem papéis semelhantes e ainda terem dupla (ou tripla) jornada, mesmo sendo sexo fisiologicamente mais fraco. Elas até hoje não podem desfrutar de sexo livre sem culpa. Elas batalharam para provar que conseguem fazer o mesmo que eles, e até mais, com um número menor de neurônios. E, como recompensa, perderam o direito à gentileza e ao cavalheirismo masculino. Se vacilam, são chamadas de burras, viram piadas. E por aí vai...

Somente por parte dos escritores e poetas, com sua sensibilidade, viriam o tratamento e o carinho merecidos, apesar de às vezes acompanhados de uma incompreensãozinha masculina aqui e ali. Para OSCAR WILDE, do alto da sabedoria e do distanciamento, que só um escritor gay da era Vitoriana poderia ter, são as mulheres que “amam com os ouvidos, exatamente como os homens amam com os olhos (admitindo-se que realmente amem)”.
Portanto, não esperem que os homens as compreendam, pois o autor sintetiza o desespero masculino: “as mulheres foram feitas para serem amadas, e não para serem compreendidas”.
Segundo WILDE, “o mundo foi feito para os homens e não para as mulheres”.

O escritor CARLOS EDUARDO NOVAES, na crônica As mulheres em movimento, nos conta que o filósofo Aristóteles foi o primeiro porco chauvinista da História: “se dependesse dele, a Terra seria povoada só por homens. Costumava dizer entre um tratado de Lógica e outro de Metafísica que ‘quando a Natureza erra na fabricação de um homem nasce uma mulher’”.

Na mesma crônica, NOVAES dispara: “O Dr. Robert Alsofrom, famoso psicólogo da Flórida, afirma que os movimentos feministas estão criando uma sociedade de homens fracos, neuróticos e apavorados, que não toleram o desafio da mulher. Seu consultório está cheio de maridos desorientados que não sabem o que fazer. Alguns estão pensando em se separar das mulheres. E casar com outros maridos”.

Para o autor, em meados da década de 70, quando a crônica foi escrita, muitas mulheres já desistiam da idéia de abraçar um homem: “só pensam em abraçar uma carreira”.

Essa desistência pode ter vindo junto com a decretação de falência de uma instituição que era o sonho de (literalmente) consumo de 11 entre 10 mulheres das gerações anteriores à crônica de NOVAES: o casamento. E a dificuldade de diálogo entre os sexos pode ter sido o grande pivô desse unhappy end.

Um dos manuais de auto-ajuda mais vendidos da história, Homens são de Marte, mulheres são de Vênus, não poupou linhas para convencer os leitores de que homens e mulheres são mesmo diferentes (como se precisasse!). Resumindo a ópera pra lá de repetitiva (talvez, por razões didáticas), o maior segredo para um casamento bem sucedido está nas mãos DAS MULHERES: há tarefas para homens e tarefas para mulheres, deixem que os homens façam as deles e vocês façam as suas – aposentem o blá blá blá e falem objetivamente.

Mas, então, é só isso? Será que Mr. WILDE tinha razão todo o tempo? Quer dizer que para agradar ao sexo oposto, as mulheres, além de se anularem, devem também ser mais sucintas, menos prolixas? E quem disse que ainda queremos agradá-los? Hoje, muitas mulheres já pensam diferente. Não precisamos mais mudar para agradar os rapazes. Aliás, não devemos. Já os alcançamos em praticamente tudo o que é importante para nós. Nem mesmo para reproduzir são fundamentais. Algumas já os vêem como mero entretenimento.

Prova dessa independência é o sucesso de He’s just not that into you – The no-excuses truthes to understanding guys, livro de nome pra lá de sugestivo, escrito por Greg Behrendt, um dos roteiristas da cultuada série Sex and the city. Ele simplifica as coisas para as moçoilas ainda casadoiras e para as mulheres cujos parceiros não demonstram o empenho que elas acham que merecem: “ele simplesmente não está a fim”. E completa: dispense o bofe e bote a fila pra andar!!! O livro ensina que as mulheres devem acreditar que merecem sempre o melhor e que se isso não acontece, a culpa é deles.

Um ótimo exemplo disso está na matéria de Daniela Venerando, para a revista Elle de agosto, que expõe a ótica masculina e a feminina sobre as queixas mais comuns das mulheres quanto ao comportamento dos homens. Em determinado ponto da matéria, as mulheres reclamam de homens ruins de cama e um espécime tenta se defender alegando que “teve um desempenho fraco com uma menina, porque estava preocupado demais com a possibilidade de que ela fosse pegar no meu pé depois do sexo”. Mais infeliz na argumentação, impossível.

Mas, muitas vezes, um gesto de reconhecimento pode vir de onde menos se espera. Mesmo já tendo sido acusado e preso por bater em mulher, Mr. JAMES BROWN, que não era bobo nem nada, tentou se redimir fazendo jus ao ditado “por trás de todo homem há uma grande mulher”, e deu ao mundo “It’s a man’s, man’s, man’s world”, talvez num rompante de arrependimento. Será???

GERALD THOMAS, em entrevista concedida à revista TPM, deve ter conquistado muitos corações ao declarar: “A mulher é um ser humano muito mais sofisticado. O homem é bestial. Burro, exibicionista. Homem dá para generalizar, mulher não. (...) O homem não enxerga o ser humano que tem dentro da mulher. Mas a mulher enxerga o ser humano que tem dentro do homem.”

O fato é que, desde que o mundo é mundo, viver é matar um mamute por dia. E viver a dois é tarefa ainda mais árdua. Em tempos de competitividade acirrada e individualismo a toda prova, defender-se parece ser mais importante do que entregar-se, talvez por isso tanta dificuldade em ceder ao instinto que, afinal de contas, é a razão para estarmos todos aqui. Mas há quem acredite na teoria de defender-se primeiro para entregar-se depois.

Para os que concordam com ela, sugiro o Almanaque para garotas calientes, do trio 02 NEURÔNIO. Com ele, qualquer mulher cansada de dar cabeçadas por aí ganha novos ares. É um verdadeiro banho de loja na alma feminina. NINA, JÔ e RAQ dão a sua contribuição à raça humana, ensinando as mulheres a se transformarem em seres “superiores”, que se orgulham de ter barriguinha, sim, e que sabem se defender de meninos maus; mas que, se de vez em quando caem em tentação, tudo bem, perdoar-se é preciso. Os meninos que quiserem aproveitar essa dica terão uma grande oportunidade de descobrir segredos da alma feminina da qual nem eles e nem nós suspeitávamos. As três mocinhas escritoras estão dispensadas de plantar uma árvore e de fazer filhos, se quiserem. Já marcaram vários pontos por colocarem uma pedra sobre muitas nóias femininas, ajudando a libertar e unir pessoas e plantando muitas árvores frutíferas por aí.

Trilha sonora sugerida:
• "Tentando entender as mulheres" – Mundo Livre S.A.
• "O filho preferido de Rajneesh" – Pato Fu
• "Woman is the nigger of the world" – John Lennon
• "It’s a man’s, man’s, man’s world" – James Brown
• "The dancer" – P.J. Harvey

Leitura sugerida:
• Revista TPM/ julho
• Revista TPM/ agosto
• Livro O caos nosso de cada dia, de Carlos Eduardo Novaes, publicado por Editora Nórdica.
• Livro Almanaque para garotas calientes, 02 NEURÔNIO, publicado por Conrad Livros.
• Livro He’s just not that into you – The no-excuses truthes to understanding guys, de Greg Behrendt e Liz Tuccillo, publicado por SSE. Já traduzido para o português, com o título “Ele simplesmente não está a fim de você”, publicado pela editora Rocco.
Livro de Aforismos de Oscar Wilde. Tradução de Mario Fondelli, publicado por Clássicos Econômicos Newton.


A ilustração que melhorou esta coluna é de Wilson Domingues. Thanx, Wilbor! ;-)

Quando entrar setembro

Demorou, mas acabou. Lá se foi o gigantesco mês de agosto. Dizem que é o mês daquela palavra que não se deve dizer porque atrai má sorte. Ela mesma já é o sinônimo disso.

Mas é bom chegar a setembro sem ter más notícias para contar. Pelo menos, não no campo pessoal porque o país..., todo mundo sabe, está de novo afundado em um mar de lamas. A cada dia que passa mais uma novidade. Cada uma pior que a outra e todas parecidíssimas umas com as outras e com as de tempos passados.

O clima não se definiu ainda: começamos a nos despedir do inverno, com um calor de verão e as folhas caindo das árvores.

Enquanto isso, na cultura, as novidades são boas. O segundo semestre carioca está recheado de boas promessas de shows internacionais. Moby, daqui a duas semanas, Nine Inch Nails, Garbage, Kings of Leon e até o Pearl Jam já confirmou para dezembro. Preparemos os bolsos.

Lá fora, o Brasil vai muito bem obrigada: numa matéria que chegou hoje às bancas, vê-se que os DJs cariocas estão se dando bem na Europa, apesar de aqui ainda serem famosos quem.

Finalmente, os últimos álbuns de Seu Jorge e Asian Dub Foundation chegam às prateleiras da cidade. Seu Jorge joga bem em todas as posições e idiomas. Craque da seleção nacional. Asian Dub abusa de dubs, do jungle e da minha amada música indiana. Injeção de adrenalina na veia. Impossível ficar sentado. Impossível ouvir baixo (atenção vizinhos!!!).

No teatro, homens e mulheres se encontram e se perdem em duas comédias para animar qualquer final de semana. Marcelo Rubens Paiva adaptou para o teatro "As mentiras que os homens contam", de Luis Fernando Veríssimo. E a peça "Os homens são de Marte e é pra lá que eu vou" sai de Ipanema e vai para o Shopping da Gávea.

Outra boa pedida, pode ser a remontagem de um peça brasileira de 1933, escrita por Luiz Iglesias, parceiro de Ary Barroso, e musicada por Henrique Voegler, assistente de Villa Lobos e parceiro de Noel Rosa. "A canção brasileira" conta a história da música popular brasileira e tem direção de Paulo Betti.

Seguindo a linha musical, Ana Botafogo mostra sua performance ao som de Selma Reis e Orquestra de Cordas de Bolso, interpretando clássicos da MPB, no Teatro Rival.

No cinema, as apostas vão para "A bela do palco", "O homem das novidades", "Procura-se um amor que goste de cachorro" (detalhe para a sinopse: Sarah, uma jovem professora... Ainda bem que não gosto de cachorros), "Hotel Ruanda", os argentinos "A menina santa" e "Conversando com mamãe".

Pra fechar, uma dica que eu fiz questão de ir conferir. A melhor pista de rock da cidade é a Club London Burning. Wilson Power não deixa mesmo ninguém ficar parado. Com ingresso a R$ 5, até meia-noite, não existe mais desculpa pra não sair e se divertir na sexta-feira à noite.

Mais detalhes aí embaixo.

SEXTA-FEIRA

02/09 O FURTO, no Circo Voador, só recomendo pra quem não viu ainda!!! R$ 24
O Plano B: o rock-pop-prog-avant-garde do GRUPO SÉCULO, a partir das 19h. Grátis.
16/09 PATO FU!!!!!!!!!! (no Circo Voador)


SÁBADO

02/09 Degusta Rio, no Jóquei... nham nham R$ 15
17/09 MOBY (no Rio Centro)
17/09 JORGE BENJOR (Fundição Progresso)

QUINTA-FEIRA

08/09 PLEBE RUDE, Teatro Odisséia R$ 25