sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Aniversário, testemunhos, votos e promoção

Esta semana a coluna Findi no Rio fez um aninho. Então, para provar que eu vou lá conferir as dicas que humildemente ofereço a vocês, divido com os amigos leitores algumas boas surpresas e novidades que tive o prazer de desfrutar nas últimas semanas.

1) Medulla – Ao vivo na Babilônia Feira Hype
Domingão, passeava tranqüilamente, me divertindo com as "modas" da Babylônia Feira Hype, quando foi anunciado o show da banda Medulla. A propaganda era a pior possível: uma major (Sony/BMG) lança disco de banda de rock, capitaneada por dupla de gêmeos, de 17 anos, que, ainda por cima, se chamam Keops e Raoni. Vixe. Não sei se por influência da propaganda com cara de picaretagem ou se por competência da banda, surpresaaa (!): o som agradou. Com um som potente e, ao mesmo tempo, suingado, a banda Medulla mostra autenticidade ao expor em suas letras a realidade de quem tem 17 anos e vive no Brasil. Afinal, não se trata de marmanjos choramingando os dramas da adolescência, o que tem configurado a cara das novas bandas de rock nacionais. Os garotos de Recife contam com uma boa banda e adotam vocais hip hop com personalidade e carisma. O show de apresentação do álbum "Fim da Trégua", traz também distorções e efeitos na guitarra. Nada muito inovador (especialmente, para quem tem Recife como terra natal!), mas convincente para um primeiro disco. Destaque para as citações a Chico Buarque.

2) Soulzé – Ao vivo no Circo Voador – Skol Rio
Imaginem se o Rage Against the Machine tivesse vindo do Ceará... Adicionem a isso que vocês imaginaram arranjos com pífanos e flauta (com direito a uma música inteira com os sopros no lugar dos vocais. Um luxo!). Louco, né? Digo mais: muito bom! A banda está pronta pro “abate”, digo, pro consumo. Depois de uma temporada no Teatro Rival, foram pra sumpaulo, mas deram uma passadinha na cidade maravilhosa pra acrescentar ao festival Skol Rio boas versões para Luiz Gonzaga e Jorge Benjor. E quando todos achavam que ninguém mais poderia fazer versões criativas para “Umbabarauma”, eis que surge o Soulzé pra colocar o Circo pra dançar e esquentar o tímido público que ainda chegava. Riffs cheios de energia, muito groove, batidas empolgantes e letras convincentes. Quando voltarem à cidade, não percam a oportunidade de ver os meninos do Soulzé.

3) A Roda – Site da Trama Virtual
A Trama Virtual promoveu um concurso entre suas bandas mais populares. Para quem não conhece, a Trama Virtual é um espaço para bandas que estão começando ou se lançando no cenário musical brasileiro. Trata-se de uma boa oportunidade para conhecer antes as revelações de amanhã. Numa fuçada para conhecer os futuros astros, deparei-me com a ótima A Roda, mais uma cria pernambucana. Será possível???? Quem quiser conferir, deve fazer um rápido cadastro no site e terá acesso às músicas (mp3) e informações dessa e de várias outras bandas interessantes de todo o País, como Acuri (Rio), Munhoz & Prof. M. Stereo (Sampa), Gerador Zero (Rio), ESS (Curitiba) e Móveis Coloniais de Acaju (Brasília). Confiram em: http://www.tramavirtual.com.br/concursoBandas/votacao.jsp

4) Nação News É, gente, todo mundo já sacou: a Nação Zumbi está presente em quase todas as edições desta coluna. E daí? Vocês sempre têm a opção de pular esta parte do texto, mas tenho certeza que todo mundo lê... ehehehe Então, a novidade da semana é que as letras do novo disco já estão disponíveis em http://www.nacaozumbi.com/discografia_06.htm
Pra quem quiser cantar junto no Claro que é Rock!

Programação
Hutúz música e cinema: hip hop, graffiti, etc. Confira em http://www.hutuz.com.br/filme.htm
Claro que é Rock, melhores atrações:
Palco A - 21:45h – Iggy Pop & The Stooges 00:25h – Nine Inch Nails
Palco B - 17:00h – Cachorro Grande 18:40h – Nação Zumbi 20:40h – Flaming Lips 23:05h – Sonic Youth

De antemão, vale reclamar da chatice burocrática dos festivais que em nome do horário e não da música, da arte, muito menos do público, retiram dos palcos os artistas mesmo que todos queiram bis.

***AGORA É COM VOCÊS!!!
Em comemoração pelo primeiro aniversário da Findi no Rio, os leitores que enviarem respostas para as perguntas abaixo, concorrerão a 5 cds com os sons dos artistas que freqüentaram a coluna durante esse primeiro ano de convívio! Músicas inéditas ou não, ao vivo ou de estúdio, vale tudo, desde que seja bom! Tão a fim?
O sorteio acontecerá em meados de dezembro, para quem quiser conferir os últimos shows do ano e, só depois, enviar suas respostas.
A última coluna do ano trará o resultado da pesquisa com a opinião de vocês, a razão principal para existência dessa coluna. Obrigada pela companhia, pelas opiniões, pelos e-mails, pelas contribuições. Acho que vou chorar...

• Você já foi a algum dos eventos indicados pela coluna? Quais?
• Das dicas lidas na Findi no Rio, qual foi a melhor?
• E a pior?
• A qual gostaria de ter ido e não foi?
• Qual foi o melhor cd nacional lançado este ano?
• Qual foi o melhor cd internacional lançado este ano?
• Qual foi o melhor show de artista nacional do ano?
• Qual foi o melhor show de artista estrangeiro do ano?
• Qual foi o melhor filme que você viu no cinema este ano?
• Mande um comentário para registro na coluna!!!!
Email: sara.simoes@ibest.com.br

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Jogando conversa dentro

Olá, como vai?
Eu vou indo
E você tudo bem?
Eu vou indo correndo pegar
Meu lugar no futuro, e você?
(
Sinal Fechado, de Paulinho da Viola)


Já reparou como anda difícil encontrar um bom papo?

Em tempos de Big Brothers e celebridades instantâneas, em que os líderes de audiência são programas que cuidam do que menos interessa – a (falta de) privacidade de artistas e famosos (geralmente, os menos interessantes), parece que a vida inteligente do planeta está se extinguindo.

Contudo, modismos à parte, interesse por fofoca sempre existiu, mas antes ainda havia espaço para assuntos menos supérfluos. Talvez, a lembrança dos tempos de ditadura ainda causasse cócegas nos mais provocadores. Em outros tempos, a roubalheira nas esferas da administração pública era mais velada, os primeiros casos a serem descobertos ainda cheiravam a novidade e até aqueles que puxavam as cobertas eram dignos de respeito e confiança.

Hoje, que graça têm discursos inflamados em prol da esquerda, se ela é a situação e está no governo (e “não no poder”, como bem lembrou Ariano Suassuna)? Que graça tem falar mal dos políticos se eles são os mesmos há mais de vinte anos e continuamos colocando-os onde sempre estão, de onde não saem e ninguém os tira. Que graça tem falar das novas falcatruas se são velhos ladrões quem agora botam a boca no trombone?
Mas a esterilidade do panorama é inversamente proporcional à criatividade das pessoas para manter um bom papo, ou pelo menos deveria ser. O tempo para começar, depois o futebol, o novo lançamento literário, o filme que acabou de estrear, o disco recém-lançado... essa poderia ser uma seqüência interessante para uma conversa bem (a)fiada.

O que é pior, uma mala pesada ou uma mala vazia?
Resolvida a questão do conteúdo, esbarramos em um obstáculo praticamente intransponível. A educação. Mais raro do que encontrar um bom papo é achar um bom papeador. Ninguém ouve mais. Todos estão surdos? De uma hora para outra, parece que todos só querem falar. Ninguém mais quer ouvir. Fala-se pelos cotovelos, sem respirar até! Não se dá mais a chance do interlocutor “locutar”. Ele está ali apenas para balançar a cabeça e dizer hum hum. E ai dele se não concordar...

Na próxima vez que for a um barzinho ou a um restaurante, observe as mesas em volta e veja você mesmo. De 10 mesas, sempre há pelo menos uma com um “palestrante” despejando sua sapiência sobre uma platéia acuada. E, pode contar, quanto maior for a platéia, maior será o timbre de voz adotado pelo “palestrante”. Porque ele não se satisfaz em calar os seus, ele quer atrapalhar as conversas dos vizinhos também.

Nunca foi tão real a expressão “jogar conversa fora”. Então, vamos começar uma campanha. Vamos nos policiar para não monopolizarmos os bate-papos. Vamos aprender a trocar idéias. Falar em tom moderado pode ser um sinal de boa educação, além de ser a deixa para que seu colega de mesa exponha um lado da questão que você ainda não havia enxergado. E se permita conviver com diferentes opiniões. Exercite sua tolerância. Dê a vez. Ceda a palavra. Isso, sim, é um bate-papo de verdade. A boa conversa é uma arte provocativa. Oxigena o cérebro e deixa todo mundo feliz. Isso é jogar conversa dentro!

Fundo musical:
• “Pop Song 89” – R.E.M.
• “Sinal Fechado” – Chico Buarque

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

Comentários 2






Continua IMPERDÍVEL, o espetáculo apresentado por Marcelo Tas, no Centro Cultural da Telemar, teve sua temporada estendida até 11 de dezembro. Como chegamos aqui - a história do Brasil segundo Ernesto Varella faz um apanhado da história maluca desse país doido, com foco maior na história dos últimos 20 anos. Fragmentos das mais espantosas entrevistas e matérias, realizadas pelo misto de ator, jornalista e aviador, são apresentadas em meio a um monólogo da maneira mais divertida e criativa possível. Seria trágico se não fosse hilário. O deboche, desde que o teatro é teatro, ainda é a maneira mais eficiente de ridicularizar tudo aquilo que queremos fora das nossas vidas. LEVE SEU CÉREBRO PARA TOMAR UM AR!!!! R$ 10


Continua insuportável assistir a Jô Soares e Leda Nagle, mas...

Tinha esquecido de comentar... Os programas de falação da MTV também são tristes. Tirando da reta o Quebra Casé, a MUSIC television bem que podia tocar mais music!!!

Programação

Sexta, 18/11
• Naná Vasconcelos: Teatro Rival, 20:30h. R$ 20 a R$ 28
• Max de Castro: Estrela da Lapa, 22h. R$ 20
• Ronca ronca: festa de Maurício Valladares no Odisséia. R$ 20
• Skol Rio - Arcos da Lapa: Rio Maracatu, Alceu Valença. 19h. Grátis.
• Skol Rio - Fundição Progresso: BNegão e Embolada, Marcelo D2, Dj Marky. 22h30. R$ 40

Sábado, 19/11
• Max de Castro: Estrela da Lapa, 22h. R$ 20
• Skol Rio - Circo Voador: Soulzé, Orquestra Imperial, Fernanda Abreu, Dj Marcelinho da Lua. 22h30. R$ 40

Domingo, 20/11
• Tim Encontros: Barão Vermelho c/ participações de Ney Matagrosso, Monobloco e Zélia Duncan. Praia de Copacabana, posto 3, 18:30h. Grátis.
• Benjor: comemora o Dia da Consciência Negra, nos Arcos da Lapa, abertura: bateria mirim da Beija Flor e banda Caixa Preta. 18h. Grátis.
• Skol Rio - Fundição Progresso: BNegão e Embolada, Marcelo D2, Dj Marky. R$ 40

Quarta, 23/11
• Luis Carlos da Vila - Carioca da Gema, 21h30. R$ 12

Quinta, 24/11
• Mad Professor: Dub+dub+dub!!! Teatro Rival, 21h. R$ 25
• Hutúz Rap Festival: o graffiti nacional invade o Odeon. http://www.hutuz.com.br/ Grátis.

OBS.:
1. Pra comer: Novo australiano na área. The office sports bar. Rua Aires Saldanha, 92-A, Copacabana.
2. Pra ver: novo canal de música - VH1. A partir de segunda-feira, às 19h, por enquanto, só pra quem assina a Sky.
3. O Findi no Rio está prestes a fazer um aninho!!! Vem aí uma super promoção!! Fiquem ligados!

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Comentários

1) IMPERDÍVEL, o espetáculo apresentado por Marcelo Tas, no Centro Cultural da Telemar, teve sua temporada estendida até 11 de dezembro. "Como chegamos aqui - a história do Brasil segundo Ernesto Varella" faz um apanhado da história maluca desse país doido, com foco maior na história dos últimos 20 anos. Fragmentos das mais espantosas entrevistas e matérias, realizadas pelo misto de ator, jornalista e aviador, são apresentadas em meio a um monólogo da maneira mais divertida e criativa possível. Seria trágico se não fosse hilário. O deboche, desde que o teatro é teatro, ainda é a maneira mais eficiente de ridicularizar tudo aquilo que queremos fora das nossas vidas. LEVE SEU CÉREBRO PARA TOMAR UM AR!!!!

2) NA COLUNA passada, comentei o quanto é difícil para mim ser imparcial com os artistas que gosto ou sentar para escrever mal do trabalho de alguém. Mas hoje, vou exercitar um pouco essa última dificuldade minha. Não pelo simples ato de malhar. Trata-se de um pedido de socorro de um cérebro que está tentando fugir do massacre dos apresentadores-estrelas. Não, ao contrário do que muitos devem estar pensando, não vou falar mal do Michel Melamed. Tá certo, ele é "meio" exibido, mas antes um Recorte Cultural na mão, do que dois Lucianos Hucks voando da televisão para dentro da sua sala!!!!

Meu pedido de socorro se refere especificamente a Jô Soares e Leda Nagle. Do primeiro, eu já desisti faz tempo, mas ao que tudo indica ele tem feito escola. A segunda é simplesmente INSUPORTÁVEL. Ver o programa Sem Censura é, mais do que um sacrifício, um desafio à paciência. Ambos não param de falar. Falam pelos cotovelos, mais até do que os entrevistados. Será uma espécie de complexo de inferioridade essa necessidade de aparecer mais do que os outros ou de querer provar que sabem mais do que todo mundo? Então, por que não apresentam seus programas sozinhos? Por que insistem em convidar meros especialistas que não vão acrescentar nada às suas respectivas sapiências?

Cansada de esperar algum diretor de televisão se tocar para a existência desses malas e de trocar de canal em busca de uma opção menos pior, tomei uma decisão (modéstia à parte) inteligente: desliguei a televisão e abri um livro. Nunca é tarde para colocar a leitura em dia!!!!

3) E já que o assunto é TV, hoje à noite (11/11//2005, às 21:00h), na TVE, será reapresentada a primeira parte de um programaço que conta para nós ignorantes sudestinos um pouco da cultura regional de um estado que eu AMO. Vocês sabem, né? Pernambuco. Tive a sorte de ver a primeira apresentação do programa e dou o meu testemunho: para os desprovidos de preconceito, é EXCELENTE, IMPERDÍVEL, EMOCIONANTE. O nome do programa? Vá lá e descubra...

4) Quem, como eu, ainda não matou a sede de Nação Zumbi pode conferir no site do Trama Universitário – T.U. para os íntimos – (www.tramauniversitario.com.br) duas entrevistas curtinhas com os integrantes da banda sobre o novo disco. Mas o quente mesmo é o making off do clipe novo. "Hoje, amanhã e depois", em versão videoclípica, terá animação, 3D, efeitos especiais, psicodelia p&b e, como não poderia deixar de ser, muita criatividade. Confira a matéria em www.trama.com.br. E que os prêmios venham...

5) Vingancinha estilo O2 Neurônios: queimar uma mídia com músicas para namorar e dá-la prum cara que vira as costas e vai ouvi-las com outra é ruim. Mas dar a mesma seqüência para vários outros depois e fazer sucesso é divertido!!! Afinal as músicas eram para namorar, mas não foi dito com quem! O vento que bate do lado de lá, bate do lado de cá também! Parabéns, às mocinhas vingativas do planeta. Grata pelas boas idéias! Um dia eu chego lá! Esse samba é pra vc, ô meu amor...

Programação
Sexta, 11/11

• Plano B

Sábado, 12/11
• Feijoada na quadra da verde & rosa.
• Mercado Odeon: em frente ao cinema, moda, música, petiscos, fotografia, literatura, ah! sim, cinema. Participe da campanha Natal sem Fome, contribuindo com 1kg de alimento não perecível! Das 11h às 21h. Grátis.
• Índia Mística: música, mantras, moda, dança, comida, ritual de purificação e uma rave indiana. Circo Voador. A partir das 22h. R$ 30 (Hei, moçada, pega leve! Onde há dinheiro não há luz!!!!)

Domingo, 13/11
• Feijoada no Circo Voador: Domingo no parque!
• Compras de natal originais, alternativas e não tão caras: Babilônia Feira Hype e Feira hippie de Ipanema.

Sexta, 18/11
• Skol Rio - Arcos da Lapa: Grátis.
• Skol Rio - Fundição Progresso: R$ 40

Sábado, 19/11
• Skol Rio - Circo Voador: R$ 40

sábado, 5 de novembro de 2005

O FuturA a Deus pertence


Para mim, é doloroso analisar friamente um trabalho que admiro. Por isso, dificilmente vocês me verão metendo o malho em alguém. Já que me proponho a escrever só sobre o que gosto.
Sendo assim, é complicadíssimo falar de Futura. Não que o novo disco da Nação Zumbi seja digno de malho, mas por gostar muito da banda. Nos anos 90, pela primeira vez em mais de duas décadas de vida, minhas bandas favoritas não eram estrangeiras. Planet Hemp e o Rappa abriram as portas, mas a Nação Zumbi foi quem realmente assumiu a presidência da casa.
Várias semanas antes do lançamento, fuçando os sites da gravadora e da banda atrás de alguma pista, achei a faixa de abertura do disco. Logo depois, veio o site com o disco todo disponível (divulgado aqui, em 21/09). O passo seguinte foi reservá-lo na pré-venda de uma loja virtual. Antes de chegar às lojas, ele já estava em minhas mãos. As primeiras audições de Futura foram tão ansiosas que certamente muita coisa só vai ser percebida daqui a algum tempo. Sendo assim, qualquer equívoco que eu venha a cometer daqui pra frente deve ser perdoado. E entendam: essa não é uma resenha, são apenas alguns comentários que divido com vocês.

Futura é o disco mais paulista da Nação Zumbi. Dói dizer isso. Bairrismos à parte, vale lembrar que o padrão de qualidade dos pernambucanos não ficou de fora desse trabalho, mas parece que a terra natal (deles) está ficando mais distante. Por um lado é uma pena, por outro: a conexão agora não é só de Recife para o mundo, mas do mundo para o espaço. Nem o céu parece ser mais o limite pra eles.

O grau de sofisticação desse novo disco é tanto que até a psicodelia deles tem outra cor. E quando você começa a viajar "sob o signo do som", alguma coisa dita por Jorge du Peixe te traz à terra novamente. As letras continuam difíceis de entender, mas o que se consegue pescar dos vocais sempre remete a alguma imagem que gera milhares de conexões neuronais e a uma cadeia de outros pensamentos e associações... e quando você volta à música, muitas outras idéias já se passaram e você só terá a chance de pescá-las na próxima vez que ouvir o disco novamente.

Em outras palavras, as letras te trazem pra terra e te jogam pro espaço de novo. Isso é muito bom porque, a cada nova audição, há a garantia de uma nova viagem. Talvez esta seja a maior dificuldade em entender as letras da Nação Zumbi: concentrar-se nelas. E por não se deterem a um lugar e um tempo específicos, são como roupas que qualquer um "com ouvidos em outra dimensão" pode vestir. São universais.

A grande surpresa do disco são os vocais de Du Peixe. É clara a sua evolução, está mais ousado e cada vez mais melódico. Cada vez mais chegando à altura da versatilidade dos integrantes da banda.

Resultado da experiência adquirida após 5 discos, um projeto paralelo (Los Sebozos Postizos, releitura de Jorge Ben), trilhas sonoras, o contato com a banda Instituto e muita estrada, as experimentações e a sutileza são o diferencial de Futura. Barulhinhos diferentes aqui e ali. Influências ora veladas (Mutantes, em "Expresso da Elétrica Avenida") ora explícitas (de surf music, em "Futura", e Jackson do Pandeiro, em "Pode acreditar"). Tudo isso é Futura. Só uma crítica negativa: o disco é muito curto!!!
Melhores faixas: "Respirando" e "Pode acreditar"
Groove enfumaçado: "Vai buscar"
Pra pular: "Sem preço"

PROGRAMAÇÃO
Sexta, 4/11
• Rio Tecnomídia: feira de mídia e tecnologia. Com oficinas curtas para o público que poderá manusear os equipamentos. Casa França Brasil. Seg. a sexta. Até 13 de novembro. Grátis.

Sábado, 5/11
• Feira Rio Antigo: decoração e a estréia de Bianca e Jaqueline na melhor barraca de bijus da cidade, R. do Lavradio.
• Carnaval Rio Antigo: os blocos Cordão Céu na Terra, Rio Maracatu, Cordão do Boitatá e Bola Preta saem da Pça. Tiradentes, às 14h, passam pelo Lavradio e Fundição Progresso.
• RecBeat: direto de Recife, o Circo Voador traz a festa, com apresentações de Júnio Barreto, Mombojó e LOS SEBOZOS POSTIZOS. R$ 15 p/ estudantes.

Domingo, 6/11
• Feira Mistureba, Casa da Matriz: moda e novidades. Grátis.
• Art Natal: Feira de artesanato brasileiro. Monte Líbano (sex., sáb. tb.). R$ 1
• Tangolomango: festival de cultura e etnias, no Circo, 14h. Mais em http://www.tangolomango.com.br/. Grátis.

Quinta, 10/11
• Naná Vasconcelos, Teatro Rival, às 20h30. R$ 25.

Filmes da hora: "Cidade Baixa", "Havana Blues" (eu não disse que não precisava entrar na correria do festival de cinema?) e "Tudo acontece em Elizabethtown" (Cameron Crowe é pop, mas é legal!)
Mostra de cinema brasileiro na rede Cinemark.

SKOL RIO, dias 18 e 19/11, no Circo Voador, na Fundição Progresso e nos Arcos da Lapa. Em breve, mais informações.