quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

“Madeira de lei que cupim não rói”

Imagine um carnaval multicultural, com uma multidão de foliões levando alto no gogó marchinhas enaltecendo a cidade natal (de deixar qualquer um com um nó na garganta), sendo puxados não por um trio elétrico, não por uma madrinha de bateria, mas por uma bandinha contratada pela prefeita, que aliás não se avexa de sentar na calçada e apertar unzinho sem o menor constrangimento.

Imaginou? Agora imagine palcos espalhados pelo centro da cidade com shows de primeira linha, uma qualidade de som excepcional. Entre um palco e outro, uma distância que pode ser percorrida a pé, cruzando com bandas locais, espalhadas pelas ruas próximas, tocando estilos regionais diferentes (frevo, maracatu, forró...).

Quem passou o carnaval em Olinda e Recife, respectivamente, não precisa imaginar, só precisa relembrar. Parabéns às prefeituras dessas cidades. Foi o melhor carnaval que já passei na vida. Parabéns ao Lenine, ao Pedro Luís (e suas participações especiais), ao Black Alien, à Nação Zumbi e ao Mundo Livre, ao DJ Dolores, ao Mombojó, à Beth Carvalho e à Dona Ivone Lara, ao Alceu Valença, ao Antônio Nóbrega, à Elba Ramalho, ao Faces do Subúrbio pelos shows memoráveis.

Voltando ao Rio, os que nunca se cansam das paisagens da cidade maravilhosa não podem perder uma das 5 exposições em cartaz até 6 de março, no Centro Cultural dos Correios – "A cara do Rio. 50 artistas" apresenta uma nova visão dos pontos mais encantadores do nosso querido balneário. E melhor, de graça.

No cinema, o cansativo "O aviador" vale pelas “câmeras-em-primeira-pessoa”, que rendem um efeito maravilhoso nas cenas de vôo e de histeria de Di Caprio, e pela ponta de Jude Law (aha, pensaram que não ia falar mais dele????). Mas quem foi que inventou essa moda de filme de três horas de duração? Que saco! Nem todo mundo tem o talento de Peter Jackson, para fazer horas e horas de traseiro na poltrona passarem como um flash.

Ainda dá tempo de ver "Confidências muito íntimas", "Edukators", "Em busca da terra do nunca", "Desventuras em série" (com Jim Carrey e Jude Law!!!), "Sobre cafés e cigarros" e o delicioso filme brasileiro "Feminices", de Domingos de Oliveira.

Pra quem prefere uma cantoria, no próximo dia 19, tem Barão Vermelho e Monobloco, no cais do porto; no dia 24, O Rappa e nos dias 25 e 26, Cordel do Fogo Encantado, no Circo Voador.

Neste final de semana, rola no Ballroom a quarta edição do Ruído, um festival de bandas independentes de vários estados brasileiros, dessa vez, fora do período carnavalesco. A programação completa ficou assim:
•18/02 - sexta - Érika Martins (RJ), Daniel Belleza & Os Corações em Fúria (SP), Acabou La Tequila (RJ), Pipodélica (SC), Pororocas (RJ), Quik (RJ)

•19/02 - sábado - Supersônicos (Uruguai), Autoramas (RJ), Cansei de Ser Sexy (SP), Eletrola (PA), The Feitos (RJ), Rock Rocket (SP)

•20/02 - domingo
Sugar Kane (PR), Los Vatos (RS), Pupilas Dilatadas (RS), Tchopu (RJ), Emo (RJ), Gramofocas (DF)

A turma do balanço vai poder chacoalhar o esqueleto no Circo, no dia 1º de março, com a festa Hiphop Voador (KL Jay, Negralha, DJ Cia, Marechal, MC BNegão, Inumanos).

E em março, a Fundição traz Marcelo D2 acústico e Cidade Negra. Enquanto isso, toda quarta-feira, o DJ Marky continua incendiando a Bunker, com a festa Movement.

Protestos da hora:
1. Ridícula a idéia de dividir a Loud em dois dias, separando o techno do rock. Coisa de gente olho grande que só pensa em ganhar mais e mais dinheiro.
2. A Orquestra Manguefônica (Nação Zumbi e Mundo Livre) já tocou no Sesc Pompéia (Sampa) e no carnaval de Recife, quando tocarão no Rio????? Alô, alô, Perfeito Fortuna, ao invés de banda Eva, abra espaço para os caras tocarem na Fundição!!!!!!

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