quarta-feira, 3 de maio de 2006

Marte foi apenas um ensaio, por isso os homens devem mesmo ser de lá...

"Tendo a Lua aquela gravidade
Aonde o homem flutua, merecia a visita
Não de militares, mas de bailarinos
E de você e eu..."
(Tendo a Lua, Herbert Vianna)


Desde pequena leio o JB. Sempre adorei ler o "Perfil do consumidor", que trazia as preferências de pessoas, na maioria das vezes, interessantes. Também respondia! Secretamente, e de formas diferentes a cada semana. Um dos itens do Perfil era "Homem inteligente". Nesse, a resposta era sempre a mesma - Marcelo Tas. Acompanho o trabalho dele há quase tanto tempo quanto o que leio o JB. Mas o tempo passou, cresci e Ernesto Varela (personagem de Tas) parou de aparecer na TV. Quando voltamos a nos encontrar, cada um de um lado da tela, ele apresentava o programa Vitrine, na TV Cultura, que falava de internet e cultura em geral.

Desmarcava qualquer compromisso para assisti-lo. Chovendo ou fazendo lua (porque passava à noite), lá estava eu grudada no sofá, babando diante de tanta sapiência e simpatia. E ai de quem ligasse na hora do programa para interromper meu esperado momento de deleite semanal. Um dia, durante um bate-papo, um entrevistado perguntou a Tas se ele tinha o hábito de ler a revista Playboy. E ele respondeu: "Não, eu não leio revistas de mulheres nuas. Eu leio revista de bichos nus: assino a National Geographic". (risos)

Nesse momento, meu coração quase parou de tanto orgulho. Também assino a revista! Meu Deus, leio a mesma revista que ele!!!!!!!!! Imaginem o que é para uma fã, dividir a mesma leitura com o ídolo...

Pois bem, essa história toda para falar de uma publicação que é muito mais do que uma revista de "bichos nus". Com exceção das matérias que envolvem aspectos políticos, das quais sempre discordo, a NG é impecável. Da forma elegante e inteligente como é escrita ao cuidado com as imagens, a revista é um banho de diversidade e curiosidades para todos os gostos.

Uma das matérias mais interessantes que já li foi a publicada em julho do ano passado, que descrevia o resultado das pesquisas feitas em Marte com base nas imagens enviadas pelos robôs Spirit e Opportunity, mandados ao planeta vermelho pela Nasa. Segundo os olhos quase humanos dos tais robôs, a superfície de Marte apresenta indícios de já terem escorrido por lá córregos, lagos, rios e mares, ou seja, uma grande quantidade de água, mais ou menos como um certo planeta que conhecemos...

O estudo do solo identificou formações de rocha iguais às encontradas em Utah, nos EUA, e apelidadas pelos índios locais (hopis) como "bolinhas de moqui", uma espécie de brinquedo dos espíritos dos seus antepassados. Tem mais! Os minerais marcianos são semelhantes aos encontrados na fronteira entre o Chile e a Argentina, onde os regatos possuem uma forte coloração avermelhada por conta da presença de hematita. Até um cânion de 7km de profundidade há em Marte.

Diante dessas e de outras semelhanças entre o planeta comunista e o nosso mundinho, fica difícil não acreditar que já houve gente andando por lá. E uma mente transloucada como a minha foi um pouco mais longe, já imaginando que o Cara que criou isso tudo aqui, andou ensaiando por lá antes. Fazendo uma espécie de rascunho do que viria a ser o nosso planeta. Deve ter sacado que usou algumas fórmulas erradas, exagerou no sal ali, derrubou tempero demais acolá. Estragou a receita. Resolveu parar tudo e refazer com mais cuidado, aqui na Terra. Um dia, quando Ele voltar a olhar para cá e vir a caca que nós fizemos com o sítio Dele, vai botar um ponto final na receita como fez com Marte. Então, vai refazer tudo ainda melhor em Vênus, mas segundo a teoria que explica as diferenças entre homens e mulheres, os habitantes de lá, já estão prontos...

A ilustração que melhora esta coluna é de Wagner Mourão. Thanx, boy!

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