sexta-feira, 24 de dezembro de 2004

Nas ondas do rádio, nas ondas da Baía (da Guanabara, é claro!)

Este texto foi escrito especificamente para as pessoas que, no final da década de 80 e meados da de 90, já tinham autorização dos pais para mexer no aparelho de som sozinhas... Se você não faz parte dessa geração, volte já para a página principal!

Agora vamos ao segundo pré-requisito, se você, naquela época, elegeu a "Maldita" rádio Fluminense (94,9 FM) como sua estação favorita, vai entender bem do que trata o texto.
Peneirados os leitores? Separado o joio do trigo? Pronto! Agora imagine que ao receber a notícia de que a rádio estava fora do ar, no final de setembro de 1994 (mês 9 de 94, a freqüência da rádio ao contrário), você entrou em coma e só acordou agora. Qual seria a sua reação ao clicar no seu ponto do dial habitual?

Se você realmente esteve em coma ou congelado durante esse dez anos (!Meu Deus!), vai pensar que algum novo programa de computador limpou todo o "barulho" das guitarras nas canções. Por outro lado, se você se acostumou a mudar de estação a cada 15 minutos em busca de uma rádio de estimação, sem sucesso – chamo isso de "processo forçado de amadurecimento musical", passando a tolerar artistas antes considerados intoleráveis, o novíssimo perfil da rádio Fluminense, vai soar como música (de verdade) para os seus ouvidos maltratados.

Há algumas semanas, me encontrei num supermercado cantando alto (que mico) a música "ambiente". Quando me dei conta, a música era "Heart of Gold", do Neil Young. Peraí, Neil Young? Tocando num supermercado?

No dia seguinte, na van que me salvou de um atraso fenomenal, foi o Mick Jagger quem me fez companhia na Linha Amarela... Há dois dias, esbarrei com Robert Smith (The Cure), cantando "Boys don't cry", em versão acústica, numa loja de artigos de enxoval! Todos eles patrocinados pela rádio Fluminense.

Foi então que percebi que aqueles que não estiveram em coma nem congelados durante esses dez anos, assim como eu, também devem estar surpresos. Mas, graças a Deus, por razões um pouco diversas... Então, se você não tiver programa para o próximo final de semana, junte os amigos e celebre a retorno maduro e equilibrado dessa velha roqueira de volta ao combate.

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