segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Moby arrasa o Rio Centro com show na noite de sábado

Nem o frio e nem a chuva tiraram a animação das milhares de pessoas que foram ao longínqüo Rio Centro na noite de sábado. Marcelinho da Lua, acompanhado dos vocais de Angelo B e Mariozinho, subiu ao palco, pontualmente, às 11h da noite. Num set de meia hora, aqueceu a galera tocando de Beastie Boys a Chico Buarque.

O aquecimento foi a deixa pro DJ Patife manter o povo "no sacolejo". Abriu seu set com a singela "Diariamente" e mostrou porque é considerado um dos melhores do mundo. Acompanhado pelo vocal inglês de Cleveland Watkiss, sua versão emocionante para "Overjoy", do Stevie Wonder, fez a chuva parar e a moçada cantar junto. Também fez todo mundo chacoalhar ao som de John Coltrane e quando anunciou a última música viu o público pular como louco como se quisesse aproveitar seus últimos minutos no palco.

15 minutos depois da saída de Patife, o Rio Centro foi invadido por uma onda sonora que, de tão forte, fazia as caixas toráxicas em frente ao palco tossirem fragilizadas pela gravidade do baixo: era a vinheta que abre o último álbum de Moby, Hotel. Foi para promovê-lo que Moby veio ao Brasil, mas o show foi digno de festival: nenhum hit foi esquecido. Focou o repertório nos álbuns Play, 18 e só as melhores faixas de Hotel, as baladas ficaram de fora, provando que os bons artistas sabem exatamente o que seu público quer ouvir.

Em duas horas de show, sugou toda a energia da audiência com versões melhoradas para músicas que já eram perfeitas. "Honey" ganhou o riff de "Whole lotta love", do Led Zeppelin, e "Find my baby" e "South Side", uma roupagem bem mais rock and roll. Moby presenteou o público com uma versão "bossa nova" para "Creep", do Radiohead. "Porcelain" foi devidamente acompanhada pelo público que, aliás, cantava TODAS as músicas. A vocalista inglesa Joan levou "Why does my heart feel so bad" lindamente ora à capela ora acompanhada pela guitarra do Moby apenas, que encerrou nocauteando o público com a seqüência "Body Rock" e "Lift me up".

No bis, a banda teve a oportunidade de mostrar seus dotes individuais. O belo guitarrista Derrik Murph cantou, perfeitamente, "Break on through", mas, pelo jeito desengonçado, não deveria ter largado a guitarra. Lucy Butley, a tecladista, mandou um beat box sexy e transgrediu "Fur Elise", de Beethoven, que mais parecia uma música de cabaré. Bem engraçada! Antes do set de bateria, Moby anunciou a descendência materna carioca do baterista, e encerrou pra valer o show com "Feeling so real".

Moby é uma simpatia, conversava todo o tempo com o público. Logo no início do show, se desculpou por "ser um americano ignorante e não saber falar português" e "por ser um americano ignorante que tem George Bush como presidente". Tirou foto da multidão que o assistia, brincou com a banda, elogiou o público ("todos são tão sexy aqui", dizia enquanto tirava fotos) e a cidade. A distância que separava o Rio Centro de casa não teve a menor importância. O cansaço era grande, mas a alegria de ter assistido a um espetáculo como aquele era muito maior.

Aê, Moby: thanx thanx thanx.

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