segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Asian Dub Foundation faz o melhor show internacional do ano na noite de sábado

Resenha para JB OnLine
Arte, telões de altíssima definição, uma bela ambientação e, principalmente, muita música foram os pontos altos do Nokia Trends que, na noite de sábado, deu um ar high tech aos velhos armazéns 5 e 6 do Cais do Porto do Rio de Janeiro.

O festival de mais de dez horas de duração contou com uma praça de alimentação bem servida, porém mal localizada no único corredor de acesso a todos os ambientes, causando grande tumulto nos intervalos das principais atrações. Ao final do show da banda Asian Dub Foundation, um empurra-empurra generalizado quase acabou mal quando uma verdadeira multidão de espectadores tentava sair ou entrar pelo reduzidíssimo acesso principal do espaço Live.

Apesar da proposta de transmissão simultânea do evento de São Paulo, quem chegou cedo para ver os shows paulistas do Coletivo Instituto e de BNegão e os Seletores de Freqüência ficou na saudade e teve que se contentar com a apresentação do Apavoramento Sound System, com participação de Fausto Fawcett.

Em compensação, o espaço Live superou as expectativas em vários momentos. A noite foi aberta pelo DJ Zegon, conhecido por aqui como Zé Gonzáles, por suas participações nos trabalhos de Planet Hemp, Sepultura, O Rappa e Nação Zumbi. O DJ animou os poucos presentes com citações de De La Soul, Beastie Boys e uma ótima versão para "Shout", do Tears for Fears. Money Mark, a segunda atração da noite, tocou gaita, teclado, guitarra, cantou, chamou Mario Caldatto para tocar baixo e, ainda assim, passou pela noite apenas como o tecladista do Beastie Boys. Mark e banda bem que se empenharam com um rock de fácil assimilação, levadas de blues e alguma distorção, mas não esquentou o ainda pequeno público presente.

Zé Gonzáles voltou ao palco com um set de techno e música indiana, preparando o terreno para a atração de última hora. Escalados às vésperas do festival, em substituição a Róisín Murphy, os ingleses do Asian Dub Foundation foram os responsáveis por boa parte do público presente. O show de letras engajadas, acompanhadas de tablas, tambores, dubs, ragga e muito peso, não decepcionou. Com um set list mais voltado para os dois últimos discos, "Enemy of the enemy" e, o recém-lançado no Brasil, "Tank", fizeram uma apresentação arrasadora, interrompida por cerca de cinco minutos após a terceira música, devido a problemas técnicos. Quando voltaram, dedicaram “Round up” a Jean Charles de Menezes, brasileiro morto pela polícia inglesa, e não deram mais sossego ao público. Tocaram clássicas como “New way, new life” e, depois de uma hora e meia de show se despediram com “Fortress Europe”. O público bem que pediu, mas o bis não aconteceu. Efeito colateral de festivais com hora marcada.

A noite continuou com muita música eletrônica, laser e clima de rave até a manhã de domingo. Com apresentação prevista para começar às 8h da manhã, o dj Mau Mau encerrou o evento.

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